sexta-feira, 10 de abril de 2009

Gióia Junior
O Poema dos Pés de Cristo
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Eram uns pés pequeninos,
róseos, alegres, divinos,
a saltitar de alegria;
aqueles pés de criança
que, no dia da esperança,
brincavam na estribaria.

Eram pés alvos e graves,
plúmeos, leves como as aves
que andam perdidas pelo ar;
aqueles pés delicados,
lisos, brilhantes, molhados,
pisando as ondas do mar.

Pés, cuja pele morena
o pranto de Madalena
aromou em mil desvelos,
e que, depois de minutos,
foram beijados e enxutos
pelos seus longos cabelos...

Eram pés lentos, cansados,
feridos e machucados
e lacerados de espinhos,
aqueles pés expressivos,
sempre em marcha, sempre vivos,
a conquistar os caminhos.

Eram pés magros e frios,
lilases, mortos, sombrios,
sujos de sangue e pus;
aqueles pés gotejantes
que, nos últimos instantes,
foram pregados na cruz.

Eram pés claros, gloriosos,
aqueles pés poderosos
rompendo da morte o véu,
por nuvens acariciados
e por estrelas beijados,
quando ELE subiu ao céu!
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BOA PÁSCOA!!!