" Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós" ( Saint Exupery ) "Deleitando-se com a arte, o homem purifica seu corpo e sua alma. É realmente uma dádiva Divina" Meishu-Sama
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
LIBERDADE
O homem, embora nasça livre, permanecerá escravo
das leis desumanas legadas por seus antepassados,
pois o destino, que imaginamos um segredo superior,
nada mais é do que a aberração de submetermos nosso
dia de hoje aos decretos de nosso ontem, e o dia de amanhã
aos decretos de hoje.
KHALIL GIBRAN
Do livro: Asas Partidas
sábado, 14 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Manuel Bandeira
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Paisagem noturna
A sombra imensa, a noite infinita enche o vale . . .
E lá do fundo vem a voz
Humilde e lamentosa
Dos pássaros da treva. Em nós,
— Em noss'alma criminosa,
O pavor se insinua . . .
Um carneiro bale.
Ouvem-se pios funerais.
Um como grande e doloroso arquejo
Corta a amplidão que a amplidão continua . . .
E cadentes, metálicos, pontuais,
Os tanoeiros do brejo,
— Os vigias da noite silenciosa,
Malham nos aguaçais.
Pouco a pouco, porém, a muralha de treva
Vai perdendo a espessura, e em breve se adelgaça
Como um diáfano crepe, atrás do qual se eleva
A sombria massa
Das serranias.
O plenilúnio via romper . . . Já da penumbra
Lentamente reslumbra
A paisagem de grandes árvores dormentes.
E cambiantes sutis, tonalidades fugidias,
Tintas deliqüescentes
Mancham para o levante as nuvens langorosas.
Enfim, cheia, serena, pura,
Como uma hóstia de luz erguida no horizonte,
Fazendo levantar a fronte
Dos poetas e das almas amorosas,
Dissipando o temor nas consciências medrosas
E frustrando a emboscada a espiar na noite escura,
— A Lua
Assoma à crista da montanha.
Em sua luz se banha
A solidão cheia de vozes que segredam . . .
Em voluptuoso espreguiçar de forma nua
As névoas enveredam
No vale. São como alvas, longas charpas
Suspensas no ar ao longe das escarpas.
Lembram os rebanhos de carneiros
Quando,
Fugindo ao sol a pino,
Buscam oitões, adros hospitaleiros
E lá quedam tranqüilos ruminando . . .
Assim a névoa azul paira sonhando . . .
As estrelas sorriem de escutar
As baladas atrozes
Dos sapos.
E o luar úmido . . . fino . . .
Amávico . . . tutelar . . .
Anima e transfigura a solidão cheia de vozes . . .
Teresópolis, 1912
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Colcha de Fuxico
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