sexta-feira, 29 de outubro de 2010

trabalho virtual

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Minha razão quase me enlouquece, minha fantasia me restabelece! Antonio Poeta

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

domingo, 16 de maio de 2010



Participei da 1ª Jornada da Saúde Mental, pena que não tenho foto, fimaram mas eu não gosto da minha voz gravada




Elegia desesperada


Alguém que me falasse do mistério do Amor
Na sombra - alguém; alguém que me mentisse
Em sorrisos, enquanto morriam os rios, enquanto morriam
As aves do céu! e mais que nunca
No fundo da carne o sonho rompeu um claustro frio
Onde as lúcidas irmãs na branca loucura das auroras
Rezam e choram e velam o cadáver gelado do sol!
Alguém que me beijasse e me fizesse estacar
No meu caminho - alguém! - as torres ermas
Mais altas que a lua, onde dormem as virgens
Nuas, as nádegas crispadas no desejo
Impossível dos homens - ah! deitariam a sua maldição!
Ninguém... nem tu, andorinha, que para seres minha
Foste mulher alta, escura e de mãos longas...
Revesti-me de paz? - não mais se me fecharão as chagas
Ao beijo ardente dos ideais - perdi-me
De paz! sou rei, sou árvore
No plácido país do Outono; sou irmão da névoa
Ondulante, sou ilha no gelo, apaziguada!
E no entanto, se eu tivesse ouvido em meu silêncio uma voz
De dor, uma simples voz de dor... mas! fecharam-me
As portas, sentaram-se todos à mesa e beberam o vinho
Das alegrias e penas da vida (e eu só tive a lua
Lívida, a lésbica que me poluiu da sua eterna
Insensível polução ...). Gritarei a Deus? - ai dos homens!
Aos homens? - ai de mim! Cantarei
Os fatais hinos da redenção? Morra Deus
Envolto em música! - e que se abracem
As montanhas do mundo para apagar o rasto do poeta!


*


E o homem vazio se atira para o esforço desconhecido
Impassível. A treva amarga o vento. No silêncio
Troa invisível o tantã das tribos bárbaras
E descem os rios loucos para a imaginação humana.


Do céu se desprende a face maravilhosa de Canópus
Para o muito fundo da noite... - e um grito cresce desorientado
Um grito de virgem que arde... - na copa dos pinheiros
Nem um piar de pássaro, nem uma visão consoladora da lua.


É o instante em que o medo poderia ser para sempre
Em que as planícies se ausentam e deixam as entranhas cruas da terra
Para as montanhas, a imagem do homem crispado, correndo
É a visão do próprio desespero perdido na própria imobilidade.


Ele traz em si mesmo a maior das doenças
Sobre o seu rosto de pedra os olhos são órbitas brancas
À sua passagem as sensitivas se fecham apavoradas
E as árvores se calam e tremem convulsas de frio.


O próprio bem tem nele a máscara do gelo
E o seu crime é cruel, lúcido e sem paixão
Ele mata a avezinha só porque a viu voando
E queima florestas inteiras para aquecer as mãos.


Seu olhar que rouba às estrelas belezas recônditas
Debruça-se às vezes sobre a borda negra dos penhascos
E seu ouvido agudo escuta longamente
em transe
As
gargalhadas cínicas dos vampiros e dos duendes.


E se acontece encontrar em seu fatal caminho
Essas imprudentes meninas que costumam perder-se nos bosques
Ele as apaixona de amor e as leva e as sevicia
E as lança depois ao veneno das víboras ferozes.


Seu nome é terrível. Se ele o grita silenciosamente
Deus se perde de horror e se destrói no céu.
Desespero! Desespero! Porta fechada ao mal
Loucura do bem, desespero, criador de anjos!



Vinicius de Moraes










emoção...cinco anos depois!

quarta-feira, 21 de abril de 2010


A Leoa


Não há quem a emoção não dobre e vença,
Lendo o episódio da leoa brava,
Que, sedenta e famélica, bramava,
Vagando pelas ruas de Florença.

Foge a população espavorida,
E na cidade deplorável e erma
Topa a leoa só, quase semv ida
Uma infeliz mulher débil e enferma.

Em frente à fera, um estupor de assombo,
Não já por si tremia, ela, a mesquinha,
Porém, porque era mãe e o peso tinha,
Sempre caro pras mães, de um filho ao ombro.

Cegava-a o pranto, enrouquecia-a o choro,
Desvairava-a o pavor!... e entanto, o lindo,
O tenro infante, pequenino e louro,
Plácido estava nos seus braços rindo.

E olhar desfeito em pérolas celestes
Crava a mãe no animal, que pára e hesita,
Àquele olhar de súplica infinita,
Que é só próprio das mães em transes destes.

Mas a leoa, como se entendesse
O amor de mãe, incólume deixou-a...
É que esse amor até nas feras vê-se!
E é que era mãe talvez essa leoa!


de Raimundo Correia

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010


em Goiânia que eu amo tanto, encontro com a vaidade!