segunda-feira, 26 de janeiro de 2009



Achei esta blusa e fiquei desesperada por ela,
e como esta crise do crochê não quer passar
já estou pra lá da metade...

A Felicidade é um bem que se multiplica ao se dividir.

domingo, 18 de janeiro de 2009


Aí está o gráfico, mudei o ponto segredo do centro do motivo e o contorno, usei dois fios de linha Cleia.


Vicente de Carvalho


"Deixa-me, fonte!" Dizia
A flor, tonta de terror.
E a fonte, sonora e fria,
Cantava, levando a flor.
"Deixa-me, deixa-me, fonte!
" Dizia a flor a chorar:
"Eu fui nascida no monte...
"Não me leves para o mar".
E a fonte, rápida e fria,
Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.
"Ai, balanços do meu galho,
"Balanços do berço meu;
"Ai, claras gotas de orvalho
"Caídas do azul do céu!...
Chorava a flor, e gemia,
Branca, branca de terror,
E a fonte, sonora e fria
Rolava levando a flor.
Adeus, sombra das ramadas,
"Cantigas do rouxinol;
"Ai, festa das madrugadas,
"Doçuras do pôr do sol;
"Carícia das brisas leves
"Que abrem rasgões de luar...
"Fonte, fonte, não me leves,
"Não me leves para o mar!...
" As correntezas da vida
E os restos do meu amor
Resvalam numa descida
Como a da fonte e da flor...

Coisinhas minhas...


Esta foi a última telinha que fiz... fiquei sem inspiração mas já estou querendo recomeçar...

terça-feira, 13 de janeiro de 2009




...e como estou queimando de febre de crochê fiz este caminho, já terminei, vou engomá-lo e colocar aqui...







Devem ter 5 anos que fiz esta blusa para minha filha, sempre ela usa, já está bem velhinha, desbotando, outro dia ela botou ela e aproveitei pra tirar a foto.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Desencanto (Manuel Bandeira)

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem mor

sábado, 3 de janeiro de 2009

Minha Netinha

Plenitude

Manoel Bandeira


Vai alto o dia. O sol a pino ofusca e vibra
O ar é como de forja. A força nova e pura
Da vida embriaga e exalta. E eu sinto fibra a fibra
Avassalar-me o ser a vontade da cura


A energia vital que no ventre profundo
Da terra estuanta ofega e penetra as raízes
Sobe no caule, faz todo galho fecundo
E estala na amplidão das ramadas felizes


Entra-me como um vinho acre pelas narinas
Arde-me na garganta... e nas artérias sinto
O bálsamo aromado e quente das resinas
Que vem da exalação de cada terebinto


O furor de criação dionisíaco estua
No fundo das rechãs, no flanco das montanhas
E eu absorvo-o nos sons, na glória da luz crua
E ouço-o ardente bater dentro em minhas entranhas


Tenho êxtases de santo...Ânsias para a virtude
Canta em minh'alma absorta um mundo de harmonias
Vêm-me audácias de herói. Sonho o que jamais pude
-Belo como Davi, forte como Golias...


E neste curto instante em que todo me exalto
De tudo o que não sou, gozo tudo o que invejo,
E nunca o sonho humano assim subiu tão alto
Nem flamejou mais bela a chama do deserto


E tudo isso me vem de vós, Mãe Natureza!
Vós que cicatrizais minha velha ferida...
Vós que me dais o grande exemplo da beleza
E me dais o divino apetite da vida!

crochê

"Cacoete"
Eva Furnari

"Cacoete" Eva Furnari